espaços, lugares, símbolos – Notícias Cristãs

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30 de setembro de 2023 0 Por Editor

Na ilha siciliana, o Mediterranean Hope, programa de migrantes e refugiados da Federação das Igrejas Evangélicas da Itália, promove um encontro com outras entidades para discutir a memória deste lugar simbólico

Um seminário sobre a memória, dez anos depois do naufrágio de 3 de outubro de 2013, em que morreram 368 pessoas, ao largo da costa de Lampedusa. Ele organiza isso Esperança Mediterrânea, programas de migrantes e refugiados da Federação das Igrejas Evangélicas na Itália, com a biblioteca da ilha, a Universidade La Sapienza de Roma, o arquivo histórico de Lampedusa. A iniciativa acontece hoje, sexta-feira, dia 29, e amanhã, sábado, dia 30 de setembro. Também entre os palestrantes Daniele Garronepresidente da Fcei, e o “pastor da fronteira” Randy Mayerdos Estados Unidos.

«Nos últimos anos Lampedusa tornou-se um símbolo internacional da tragédia das políticas migratórias – declara Paulo Naso, professor de ciência política na Universidade Sapienza, pessoa de contato para as relações institucionais da Federação das Igrejas Evangélicas da Itália (Fcei) – e também se tornou um lugar de memória. Há muitas pessoas que chegam vivas a esta ilha e graças ao Senhor, infelizmente também há muitas pessoas que chegam mortas a Lampedusa.

Devido ao seu tamanho e história, a ilha tem lutado para compreender como construir uma memória destes acontecimentos. Por isso, um grupo de estudiosos reuniu-se para tentar pensar em como lembrar Lampedusa, memoriais do que lá está todos os dias com as centenas, milhares de pessoas que chegam, memória para quem infelizmente chega lá morto, num cemitério que devido aos seus limites e à sua estrutura, não consegue sequer contar a sua história, nem sequer recordar um símbolo religioso que não seja o da tradição católica maioritária em Itália. O objectivo deste workshop, deste primeiro encontro, é precisamente iniciar uma discussão, em que cada um coloque em jogo as suas próprias competências, experiências e a vontade de dialogar com a realidade viva da ilha, com quem sente necessidade procurar também símbolos inclusivos, representativos das diferentes histórias que se vivem em Lampedusa”.