União Europeia se abre ao comércio de embriões – Christian News
16 de setembro de 2023Na passada terça-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma proposta de regulamento (483 votos a favor, 89 abstenções e 52 contra) que corre essencialmente o risco de abrir as portas à comercialização de embriões e fetos, efectivamente equiparados a “substâncias de origem humana” como também sangue e plasma.
Na verdade, o regulamento foi aprovado, em primeira instância, e visa – no papel – proteger melhor os cidadãos que doam sangue, tecidos ou células ou que são tratados com estas substâncias humanas. Entrando ainda mais detalhadamente, no entanto, o documento – cujo título é “Padrões de qualidade e segurança para substâncias de origem humana destinadas à aplicação em seres humanos” (ou regulamento SoHO)” – visa compartilhar células, sangue e tecidos humanos dentro Estados-Membros de forma harmonizada e normalizada. Além disso, diversas alterações introduziram directamente o termo “embriões” nestas substâncias. Até o Partido Popular Europeu, como também noticiou La Nuova Bussola Quotidiana, através da relatora Nathalie Colin-Oesterlé, fez questão de sublinhar que o partido «reconhece e apoia a existência de um mercado europeu de fertilidade para justificar trocas transfronteiriças de gâmetas, embriões e fetos em caso de escassez num Estado-Membro».
Uma vez que os embriões e os fetos estão incluídos nas categorias de tecidos e células, todo este cenário corre o risco de abrir concretamente a legalização do mercado da vida humana na Europa. Além disso, é claro que há também todo um plano (político e cultural) por trás disso para difundir cada vez mais a mensagem e o conceito da NÃO Dignidade da vida humana quando no ventre materno. Se, de facto, podemos incluir os fetos e os embriões no amplo conceito de “substâncias de origem humana”, então tudo isto reduz os fetos e os embriões a algo não “vivo”, algo comparável a aglomerados de células e por isso não só digno de direitos, mas também objetos (e não sujeitos) a serem explorados para uso e consumo, mesmo para fins abjetos, como a eugenia.
A única consolação – muito pequena, mas que por enquanto nos salva – é que os Estados-Membros continuam a ser responsáveis pelas decisões relativas a questões éticas e, portanto, certas práticas de compra e venda ou de comercialização, se forem proibidas num determinado Estado, continuarão a sê-lo. Por último, uma última esperança é dada pelo facto de a aprovação da passada terça-feira não ser definitiva e de os diálogos entre a Comissão, o Parlamento e o Conselho ainda terem de ter lugar antes de se conseguir a reaprovação no Parlamento. Nos próximos meses, sabemos, as questões eleitorais também serão intensas face à mudança de Parlamento em 2024, e há, portanto, a esperança de que possam haver novos – e muitos – eurodeputados pró-vida para subverter o que agora foi aprovado.
Você gostou do artigo? Apoie-nos com um “Like” abaixo em nossa página no Facebook