ARMÊNIOS PERSEGUIDOS EM NAGORNO-KARABAKH – Christian News
6 de setembro de 2023Os Arménios de Nagorno-Karabakh estão agora a morrer de fome. Já podemos falar de genocídio ou teremos de esperar alguns milhares de mortes por fome?
A evidente e culpada inacção da Rússia (historicamente “protectora” da pequena Arménia) na questão de Nagorno-Karabakh parecia ter deixado o campo aberto para uma intervenção pacificadora – ou pelo menos uma tentativa de mediação – por parte da União Europeia e dos Estados Unidos Estados.
Mas a questão não resolvida do Corredor de Lachin (o único corredor entre a Arménia e Nagorno-Karabakh) está inevitavelmente a levar a nada. Entretanto, para os arménios de Nagorno-Karabakh a situação está claramente a piorar.
Aqueles que puderam caminhar pelas ruas de Stepanakert nos últimos dias falam de longas filas de pessoas que – depois de horas de espera – literalmente ganham um pedaço de pão.
Sem contar quantos desabam – sempre literalmente – no chão por causa da fome.
Cerca de 120 mil pessoas seriam afetadas pelo isolamento total e pela consequente crise humanitária (tanto em termos de saúde como de alimentação).
Sem esquecer que – obviamente – o Azerbaijão já tomou há muito tempo medidas para interromper o fornecimento de gás.
A electricidade e a água também são difíceis e estão em declínio acentuado.
As reservas de água estão em risco com todas as consequências previsíveis.
Quanto à alimentação, estamos agora reduzidos aos últimos fornecimentos de pão e melancias. O agravamento acentuou-se desde que também foi impedido o acesso à Cruz Vermelha e às tropas de interposição russas que até agora abasteciam a população arménia com alimentos – bem como medicamentos – (com postos de controlo instalados ilegalmente pelo Azerbaijão).
Um comboio de ajuda humanitária (mais de vinte camiões) enviado de Yerevan também está bloqueado na fronteira há cerca de um mês.
Na prática, um grande campo de concentração.
Chegámos a um ponto em que, há cerca de vinte dias, um cidadão arménio gravemente doente, enquanto era transportado pela Cruz Vermelha para um hospital na Arménia (e, portanto, sob protecção humanitária internacional), foi detido, privado do seu passaporte, sujeito a interrogatório e enviado para Baku, onde – ao que parece – também será julgado por acontecimentos que remontam ao primeiro conflito que eclodiu em Nagorno-Karabakh (década de 1990) devido à invasão azeri.
Até agora, todos os apelos feitos às autoridades e organizações internacionais (União Europeia, Conselho de Segurança da ONU, Rússia, Grupo de Minsk…) permaneceram efectivamente não ouvidos.
Com uma referência específica ao bloqueio do Corredor de Lachin levado a cabo pelo Azerbaijão, um ex-representante do Tribunal Penal Internacional, o advogado argentino Luis Moreno Ocampo, evocou expressamente um possível genocídio.
Mas a sua, pelo menos até agora, parece ser a clássica “voz chorando no deserto”. Pelo menos o da informação.
Gianni Sartori
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