Da Síndrome do Pato Donald à vitória da fé em Cristo. – Notícias Cristãs
27 de novembro de 2023Acredito que muitos, senão todos, durante a infância leram alguns quadrinhos estrelados pelo simpático Pato Donald, cujas histórias prenderam nossa atenção por horas. No entanto, estas leituras ligadas ao mundo da infância, bem como ao início da adolescência (excepto em casos excepcionais em que a leitura continua na idade adulta), giram em torno da vida psicológica do Pato Donald, que é muito complexa, tanto que deu ascender ao chamado Síndrome do Pato Donald, segundo a qual a vida de uma pessoa não depende do potencial expresso e do compromisso assumido no dia a dia, nem das possibilidades oferecidas no contexto familiar ou social, mas tudo gira em torno da sorte ou do infortúnio. O Pato Donald, de facto, está convencido de que a sua situação pessoal, emocional e social é fruto do azar, por oposição à imensa “boa sorte” do seu primo Gastone.
Estes “mecanismos mentais”, que muitas vezes são como uma prisão para o indivíduo, têm a sua origem na própria pessoa. Analisemos esta síndrome, comparando-a com o ensino da Palavra de Deus.
A síndrome do Pato Donald traz consigo, mais ou menos conscientemente, uma legado do paganismo, quase como se o destino de alguém fosse guiado de forma sombria por algum “senhor do destino” capaz de determinar “sorte ou azar”. A Palavra de Deus afirma: “Entregue sua sorte ao Senhor; confie Nele, e Ele agirá” (Salmo 37:5). Contudo, confiar-nos ao Senhor não exclui o compromisso e a determinação em fazer a nossa parte: “… fazendo todos os esforços de sua parte…” (II Pedro 1:5).
A síndrome do Pato Donald também manifesta uma espécie de masoquismo psicológico, vivida por quem cria dificuldades, reduz resultados positivos, para atrair atenção e carinho. A solução proposta pela Palavra de Deus é colocar no centro não tanto o homem e o seu desconforto, mas Cristo e a obra perfeita da Cruz, capaz de responder plenamente à necessidade que o homem tem de ser considerado e amado, de facto. , “Deus… mostra a grandeza do seu amor por nós nisto: que, sendo nós ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Romanos 5:8). Enquanto éramos ignorados, escravos do pecado e do nosso desconforto interno, Cristo veio até nós demonstrando amor. Um amor verdadeiro, tão inesperado quanto benéfico, um amor divino que não se originou de algum mecanismo comportamental do homem que moveu Deus à compaixão, mas no próprio Deus, “porque Deus é amor” (I João 4:8).
A síndrome do Pato Donald também é caracterizada por fugir das responsabilidades. Quem conhece as histórias dos quadrinhos do Pato Donald sabe que o personagem em questão é eternamente noivo da Margarida e vive perpetuamente às custas do Tio Patinhas. A vida em Cristo, porém, torna-nos responsáveis tanto nos nossos afetos como na sociedade. “Portanto, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer firmes, tendo cumprido todo o seu dever.” (Efésios 6:13). Em Cristo existe a possibilidade de cumprir o dever permanecendo firmes na fé.
A síndrome do Pato Donald também é caracterizada por escapar do auto-exameNa verdade, entregar a responsabilidade do progresso da própria existência ao destino, à sorte ou ao azar nada mais é do que uma forma de não se examinar. A Escritura, a partir de Deus e não do homem, conduz ao necessário exame da pessoa, indispensável para um verdadeiro crescimento espiritual, moral, social e cultural. “Agora, cada um examine a si mesmo…” (I Coríntios 11:28a). “Examina-me, ó Deus, e conhece meu coração” (Salmo 139:23a).
O último aspecto que analisamos da síndrome do Pato Donald é o fantástica construção do Alter Ego. Muitos, entre os leitores das histórias do Pato Donald, sabem que o pato em questão, durante a noite, vive uma espécie de vida dupla, transformando-se em Paperinik, o verdadeiro “alter ego” do Pato Donald; é a materialização de um “outro eu”, perfeito, performático, em oposição ao Pato Donald, protótipo de um super-herói imaginário, fantástico, que não teme a rejeição dos outros. A Escritura nos ensina que para sermos acolhidos por Deus não precisamos de algum “alter ego” perfeito que mascare a nossa fraqueza, não precisamos fingir ser outros e acima de tudo melhor, aliás, está escrito: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). “Vão, portanto, às encruzilhadas das ruas e convoquem para o casamento todos os que encontrarem” (Mateus 22:9).
Esta síndrome, associada ao Pato Donald, também parece bonita como o seu personagem, mas na realidade para o cristão é devastadora porque está em antítese a uma vida de fé. A síndrome do Pato Donald evita a fé, distorce-a, tornando-a ineficaz, mas a fé, a verdadeira em Cristo Jesus, erradica esta síndrome, trazendo consciência, assunção de responsabilidades e consequentemente uma vida vitoriosa em Cristo. “Pois tudo o que é nascido de Deus vence o mundo; E esta é a vitória que ganhou o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (I João 5:4,5).
Deixemos também que nossos filhos leiam esses famosos quadrinhos, mas quanto a nós, fujamos da síndrome do Pato Donald e continuemos nossa jornada de fé.
Michele Venditti
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