Industriais pedem ao governo que aja – Christian News
21 de janeiro de 2024O Fórum Económico Mundial reconheceu a escassez de energia como o principal risco entre as cinco ameaças à economia do país. Várias pessoas descreveram o aumento da angústia ligada à dificuldade de preparar as refeições. Mas as indústrias também são afectadas e sem uma intervenção rápida existe o risco de uma queda acentuada na produção.
Dhaka (AsiaNews) – “Acordei às cinco da manhã e descobri que não conseguia aquecer nem uma pequena quantidade de água. Não houve gasolina o dia todo.” Nas suas palavras, Dina Hossain, uma dona de casa de Mirpur, ilustrou as dificuldades causadas pela crise de escassez de gás actualmente em curso no Bangladesh. “O pai do meu filho é diabético – continuou a mulher – e a impossibilidade de poder preparar-lhe uma refeição aumentou a nossa angústia”.
Rebecca Gomes, católica e advogada no tribunal de Dhaka, também contou a sua provação: “O stress causado pelo fornecimento irregular levou à hipertensão. O gás só está disponível da uma e meia da manhã às seis da manhã. Isso me obriga a cozinhar à noite, então não consigo funcionar normalmente durante o dia. É um problema de saúde e o governo parece não ter conhecimento da nossa situação.”
O Fórum Económico Mundial reconheceu a escassez de energia como o principal risco entre as cinco ameaças à economia do Bangladesh. Os analistas atribuem a crise à redução da produção interna de combustíveis e ao aumento da dependência das importações. No entanto, a actual crise do dólar dificulta o aumento das importações, colocando um desafio significativo na satisfação das suas necessidades energéticas.
Em resposta a esta situação, as pessoas começaram a cozinhar com lenha nos telhados ou a recorrer aos restaurantes para as suas refeições. Mas o impacto da crise do gás não se limita às famílias, afecta também os serviços e as indústrias, que impõem encerramentos prolongados, levando ao colapso da produção.
O presidente da Federação das Câmaras de Comércio e Indústrias do Bangladesh (FBCCI), Mahbubul Alam, manifestou a sua preocupação, sublinhando as potenciais consequências: “Se esta situação persistir, a produção industrial mergulhará numa crise profunda, causando desemprego generalizado e colocando imensa pressão sobre a economia do país. É necessária uma intervenção governamental urgente para evitar uma catástrofe iminente.”
Alam lembrou as questões globais que estão a agravar a crise, como as perturbações causadas pelos Houthis no Mar Vermelho, o aumento dos custos dos combustíveis e o aumento das despesas de importação de matérias-primas devido a tensões geopolíticas, como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Expressando ceticismo quanto ao cronograma apresentado pelo Ministério da Energia para resolver a crise até 2026, Alam destacou mais uma vez a necessidade de ação imediata: “A FBCCI apela à rápida renovação dos gasodutos para garantir o fornecimento ininterrupto às indústrias, reconhecendo que a crise em curso é mais do que temporário. A esperança é que medidas governamentais imediatas e apropriadas garantam importações adequadas de gás e fornecimento contínuo, evitando uma maior deterioração económica e industrial.”